Música Orfetrônica

CANTANDO E TOCANDO EM CONJUNTO COM INSTRUMENTOS ALTERNATIVOS


Aplicação de novos recursos tecnológicos na prática de música coletiva

Musica Orfetrônica: cantando e tocando em conjunto com instrumentos alternativos
Em 2019 celebramos os 60 anos de falecimento de Heitor Villa-Lobos. O Canto Orfeônico é uma prática tradicional de música coletiva que utiliza um sistema de sinais para reger grupos musicais, iniciado no século XIX e baseado na manosolfa, uma técnica secular de representação das notas musicais por gestos manuais. No Brasil, Villa-Lobos (1887-1959) aperfeiçoou e empregou o canto orfeônico a partir da década de 30, como parte da política educacional e cultural do estado.
Foram criados centenas de grupos de Canto Orfeônico no Brasil, tendo o próprio maestro Villa-Lobos se encarregado da capacitação de professores de música de todo o país. Até a década de 60, centenas de milhares de jovens estudantes haviam praticado a música coral e se educado artisticamente através deste ambicioso projeto, que foi encerrado poucos anos após o falecimento do grande maestro brasileiro.
A respeito de um grande concerto dirigido por Villa-Lobos, escreveu Carlos Drummond de Andrade: "Quem o viu um dia comandando o coro de 40 mil vozes adolescentes, no Estádio do Vasco da Gama, não pode esquecê-lo nunca. Era a fúria organizando-se em ritmo, tornando-se melodia e criando a comunhão mais generosa, ardente e purificadora que seria possível conceber.”
O presente projeto se destina a reunir, de maneira original, um conjunto articulado de recursos tecnológicos, principalmente informáticos e eletrônicos já existentes, e desenvolver algumas novas ferramentas específicas para viabilizar e potencializar práticas musicais análogas às do Canto Orfeônico, daí o termo Música Orfetrônica. A tais recursos é associada a voz cantada e um conjunto de instrumentos musicais alternativos de baixo custo, especialmente desenhados e adaptados para o projeto. Com estes instrumentos alternativos, quaisquer instrumentos convencionais podem ser empregados em conjunto.
Desta forma, inpirados pelos grandes shows de rock e de música popular, pretende-se quebrar o paradigma de um show em que o público apenas escuta passivamente ou acompanha timidamente ou sem reforço acústico a música emanada do palco. Com as ferramentas e técnicas oferecidas, o palco e a plateia se comunicam integralmente, podendo nem mesmo haver a instância dos músicos no palco, à semelhança dos concertos de Canto Orfeônico de Villa-Lobos.
Por meio do desenvolvimento e associação das ferramentas tecnológicas de sinalização Orfetrônicas, o grupo de participantes, que poderá ser a partir de 6 pessoas até um número ilimitado (por exemplo, milhares de pessoas num estádio) será capaz de cantar e tocar em conjunto, com instruções claras e precisas, sem necessidade de conhecimentos da escrita musical, das técnicas de regência ou mesmo das técnicas instrumentais normalmente exigidas para a prática musical.
As instruções para a execução musical são transmitidas por meio de projeção em telão, quando disponível, ou por meio de celulares, utilizando a transmissão pela internet. A interface principal já foi desenhada e é inspirada naquela utilizada  por games como o Guitar Hero, conforme vídeo aqui fornecido em anexo.
Para os participantes, que é em princípio formado pelo próprio público e convidados, o  projeto possui duas etapas preparatórias distintas e complementares: (1) elaboração, confecçcão, afinação e emissão sonora de instrumentos alternativos (2) familiarização com o sistema de sinalização Orfetrônica e ensaio das músicas a serem executadas. Após a realização destas duas etapas por meio de uma oficina, procede-se à performance musical propriamente dita, que poderá ser dentro da oficinaou em um event
Para os executores, os presentes proponentes, o projeto possui quatro fases : (1) escolha e projeto dos instrumentos alternativos, de simples operação e de altura definida. (2) aperfeiçoamento da interface visual (3) preparação das " partituras" visuais das músicas a serem empregadas (4) soluções de transmissão das partituras em protocolos de net.

Sobre Leonardo Fuks 
Músico profissional há 35 anos engenheiro mecânico PhD em acústica musical pelo KTH-Suécia foi engenheiro de petróleo na Schlumberger  oboista fundador da Orquestra Sinfônica do Paraná (1985) oboé contratado do Teatro Municipal do RJ nos anos 90. é professor associado da Escola de Música da UFRJ desde 1993.
Criou diversos projetos e eventos de popularização da música por meio de oficinas de construção de instrumentos musicais alternativos, no Brasil, México, Suécia, Suiça, Japão, Colômbia e Estados Unidos.
Fundou a Cyclophonica Orquestra de Bicicletas em 1999, que até hoje se apresenta em eventos culturais utilizando instrumentos alternativos e técnicas de execução musical sem regência.
Em 2004 fundou o primeiro grupo no Brasil que utilizava telefones celulares, a Celphonica realizando workshops th se apresentando em eventos patrocinados e em canais de tevê aberta.
Realiza pesquisa científica apoiada pela Funai sobre instrumentos da tribo Enawene Nawe, localizada em reserva no Mato Grosso, considerada uma das comunidades mais interessantes no Brasil  em termos de rituais coletivos utilizando instrumentos de sopro.
Tocou por diversos anos no grupo da compositora Jocy de Oliveira e em diversos projetos de música popular, erudita e contemporânea, intérprete convidado em diversas edições da Bienal da Funarte e compositor convidado em duas edições. Apresntou a obra Gymnart
Na Escola de Música foi coordenador da Orquestra de Garrafas da UFRJ, que utiliza exclusivamente garrafas de PET e de vidro, tendo tocado no aniversário de 80 anos de Hermeto Pascoal.
Em 2016 tocou com a Cyclophonica em eventos internos do COB e em eventos abertos dos Jogos Olímpicos, sob a direção de Carla Camurati. Em evento do COB , a Cyclophonica tocou com Hermeto Pascoal e com Manu Dibango no Espaço Tom Jobim
É consultor de educação acústica junto ao SESC-DN, tendo projetado a mostra Prismas do Som, apresentada em todo o país utilizando dispositivos por ele inventados

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